A grande interrogação proposta é se poderá haver uma presunção de que há qualquer coisa para ensinar, para transmitir, no que à arte diz respeito.

A decisão de, pelo menos, tentar manter as incoerências próprias de um diálogo deste género feito em conjunto é a única justificação para o título do espectáculo, mesmo que estas incoerências se percam depois de cada um dizer o que pensa.

São estes momentos de incoerência que são o centro da discussão. São opiniões directas atiradas à cara do investimento de sentido que cada um faz e que está permanentemente sujeito a mudanças, um processo que se opera através do colapso do investimento dos outros.

Entre concordância e discordâncias o que se tenta enfatizar, talvez apenas simbolicamente, é mesmo uma mudança. Uma mudança visível inserida dentro da certeza que é necessária para passar conhecimento artístico.

Ch-ch-changes, pretty soon now you’re gonna get a little older

David Bowie

29 de abril de 2010

Manifesto Schlingensief

Vocês só ouvem isto se quiserem. Só vêm isto se quiserem. Podem meter uns fones nos ouvidos, podem mandar mensagens pelo telemóvel, podem-se ir embora… façam o que quiserem. Podem vir para aqui tomar o nosso lugar. Mas a partir do momento em que escolhem ficar ai sentados a ver e a ouvir, assumem fazer parte da nossa pretensão. Sim somos pretensiosos, sim cheiramos mal. E acreditem que fedem. Acreditem que vocês fedem, também.
Nós aqui acreditamos no despropósito deste lugar, onde tudo é tão instável e tão miseravelmente passivo. Aqui somos capazes de suster este ar rarefeito e empenar o tempo, a temperatura e as leis da gravidade. Queremos não querer acharmo-nos Deus todo-poderoso. Queremos não querer que nos achem Deus todo-poderoso. Queremos um lugar no céu. Sair desta sala e viver a brevidade de um mundo podre. Vem connosco quem quer, mas não fiquem ai sentados. Porque não vos vamos ler um texto, vamos dar a ler o que dizemos.
E é importante que não seja assim sempre. É importante que não seja sempre assim. É importante que não seja. É importante. É.
“Deus queira que o que faça-mos seja um grande sucesso e que o professor nos dê a melhor nota de todas”.
O que é preciso, acima de tudo, é de que não se lembrem do que aqui se diz. Não pensem como nós. O criador deu-vos uma cabeça diferente da nossa por alguma razão. O que fazemos serve para se oporem.
Somos discípulos da discórdia. Guardamos no fundo da alma a força que verdadeiramente anima: a de não nos conformarmos. Não queremos discípulos, nem queremos ser discípulos de alguém porque o óbvio só é defeito quando está pardo. Vamos matar todos os pandas que não fodem para salvar a espécie.

Óscar e Pedro

28 de abril de 2010

Epílogo Heaven

Não parece que tenha sido feito esforço nenhum para as coisas fazerem sentido.

E se nós dissermos que cada fragmento é uma homenagem a algo maior? (provavelmente a coisa melhora)

Se eu vir mais uma cena “gira” vou arrancar os olhos com as minhas próprias mãos.

É inspirador ver que outros se inspiram naquilo que nós fazemos.

Obviamente todos temos diferentes perspectivas.

Eu julgo esta situação pela intenção.

Algumas pessoas precisam de reler a Arte na Era da Reprodução Mecânica do Walter Benjamin.

Três Palavras: Andy Fucking Warhol

Pessoalmente penso que o Warhol colocou todo o tipo de questões. Não sei se ele tinha resposta para todas. Eu acredito que a pop arte fez com que a alta cultura deixasse de estar associada somente a algum movimento ou escola de ideias. A alta cultura e a arte comercial são neste momento quase inseparáveis. Embora seja uma noção interessante que na era da informação e tecnologia, a arte possa ser mais um diálogo, um confronto de ideias e um jogo de aceitação e reacção do que alguma vez foi.

Esta é uma das melhores cenas de teatro que vi em muito tempo. Faz todo o sentido para mim esteticamente e conceptualmente
Fez-me voltar a acreditar no mundo do teatro.

ISTO É UM ESCÂNDALO!!!!

Deviam ter vergonha, Nuno Leão e Pedro Barreiro. Bela maneira de foderem a vossa credibilidade. .
         
O Nuno Leão e o Pedro Barreiro devem morrer.

a sério, isto é a pior cena que vi na minha vida.

Eles deviam ser violados, assassinados e depois violados outra vez!

Onde é que eles vivem? Vamos atirar pedras à casa deles!

E depois violá-los e assassiná-los.

A sério, eles assassinaram o vídeo das experiências com mentos e coca-cola.

ESTAS ACÇÕES TÊM CONSEQUÊNCIAS...

E então, estão todos felizes agora? Já vão conseguir dormir descansados?

Prólogo Heaven

NUNO
Ora aqui têm um conceito:
Vamos SIMPLESMENTE ROUBAR IDEIAS DE OUTROS E DIZER QUE SÃO NOSSAS!

PEDRO
Sou contra! Eu tenho um problema com artistas que agarram em ideias já existentes e simplesmente despejam imagens já ditas de uma maneira completamente descontextualizada. Isto que se passa aqui é uma abordagem não só fácil como preguiçosa.

NUNO
Vocês também deviam insultar o James Joyce por plagiar o Homero.
"Nada é original. Rouba tudo o que te inspire e alimente a tua imaginação.
A Autenticidade não tem preço; a originalidade não existe.” E como diz o Jean-Luc Godard: “Não é de onde tiras as coisas mas para onde as levas.”

PEDRO
Que se foda o Jarmusch e o Godard e a sua estúpida filosofia. Os artistas têm vindo a racionalizar o seu próprio vazio à séculos Portanto, um sincero Vai-te Foder – lança-te contra um comboio e pára de te chamar artista.

NUNO
Os conceitos não são sagrados. Lembrem-se que isto não é o caso de alguém usar a arte de outro directamente. É uma re-interpretação e esta, sejamos sinceros, é muito boa.

PEDRO
Isso não é bem assim.
Não faz sentido.

NUNO
O que acontece é que tens de lá chegar primeiro do que qualquer outro.
A arte como a conhecemos vai deixar de existir. O que é que tu achas que o público em geral faz sem ser aceitar as coisas de olhos fechados?

PEDRO
Isso é um disparate.
Não é essa a questão.

NUNO
A melhor cena de teatro do mundo será aquela que for apenas uma série de cenas incríveis e fantásticas. Cada cena terá de ser diametralmente diferente da outra e nunca nenhuma poderá ser repetida. Será uma mistura de pedaços de cenas da vida, cenários surreais e ficção científica de má qualidade.

Beyond the Academy

You’re an artist and that means it would be nice to get some understanding for the specific kind of research you’re involved in. You write for subsidies, you apply for research grants, and in every commission over and over again there are these academics who don’t understand a thing about artistic research.
So you become academic and you have all that persons that you called “your peers” who are totally objective and who can determine if your artwork and your artistic research meet all the scientific standards and all. And so you’d better thank God for peers who are objective and scientific and neutral and anonymous. Coz’ the University academizes you, with the help of God Almighty. The University academizes you and your Academy is being academized. So you’d better praise the Lord for all the good people at Research & Development. So thank you God for the R&D parties to which you are invited now, and who redeem you for all the years that you’ve been listening too much to sinful R&B.
Now you go to parties with objective music, neutral drinks, and scientific conversations, in order to meet anonymous people. Now you’re part of this little think tank, this artistic platform, this network, this research group, so you walk around at the parties of R&D, and offer validated cocktails to the members of your peer group.
But the party is just so fucking boring that you’re getting drunk. You’re getting provocative, you’re using unacademic language. You’re pointing at the president of the research commission. You’re shouting, you’re getting loud. You’re much too loud man. People are getting embarrassed. And while they’re looking away, you tell them with a grim smile on your face: I’m an artist and that means: I’m a dreamer, I’m a clown. That is what some of you guys think. It’s a great excuse for not paying any shitty attention to all the thoughts I have.
So what happens is that I, as a fucking artist, put fucking ideas into fucking projects that others will show in their fucking museum, in their shitty Kunsthalle, in their gutter gallery. So I am a thinker. I develop reflections none of you really cares about. So I interdisciplinarize my reflection. I link the reflections I make. You would say it differently. I know. You say I don’t have a method. You say I mix things up. While mixing is my method.
Do I tell you how to construct a machine? No. So don’t tell me how to work as an artist. Coz’ you don’t have a clue. Don’t you tell me that I should publish, that I should publish more, that I should publish there, or publish then. I publish where I want, when I want and how I want. Don’t tell me that meaning only appears in text. Words don’t have the monopoly of meaning, you know what I’m saying? Images can speak. So I give you images, and you give me that fucking doctorate. Coz’ my images develop hypotheses. My images ask questions. My images write history. My images interpret and reinterpret history. My images defend propositions. My images are comments. My images speak as much as words can speak. And therefore to all those who speak in images, I say: rize! Rize against the image of the artist as a dreamer. Rize against the image of the artist as a clown. Rize against what some people think. And make them pay attention to all the thoughts you have. But continue to develop your thoughts your way. Beyond the Academy.
_________________________________________________________________________
Tu és um artista e isso significa que era bom teres algum conhecimento para o tipo de pesquisa em que estás envolvido. Escreves projectos para subsídios, procuras bolsas, e em cada júri existem sempre aqueles académicos que não compreendem nada sobre a tua pesquisa artística. Então tornas-te num académico e tens todas essas pessoas a quem chamas “os teus pares”, que são completamente objectivos, que conhecem as merdas e que podem decidir se a tua pesquisa artística está de acordo com os parâmetros científicos e tal. Por isso é melhor agradeceres a Deus pelos teus pares que são objectivos, científicos, neutros e anónimos. Porque a Universidade academiza-te, com a ajuda de Deus Todo-Poderoso. Então, lentamente, começas a tornar-te academizado. A Universidade academiza-te e a tua Academia está a ser academizada. Portanto é mehor pedir a Deus por todas as pessoas do departamento de Pesquisa & Desenvolvimento. Agradece ao Senhor por todas as festas de P&D para as quais és convidado agora e que te redimem por todos os anos que estiveste a ouvir o demasiado pecaminoso R&B. Agora vais a festas com música objectiva, bebidas neutras e conversas científicas, com o objectivo de conheceres pessoas anónimas. Agora fazes parte do mesmo movimento de pensamento, desta plataforma artística, desta rede de trabalho, deste grupo de pesquisa, portanto tu circulas por estas festas de P&D e ofereces cocktails autênticos aos membros do teu grupo de pares. Mas a festa está ser chata pa caralho e tu começas a ficar bêbado. Começas a ficar agitado, a usar linguagem não-académica. Apontas para o presidente da comissão de pesquisa e começas a gritar. Estás a tornar-te barulhento. As pessoas estão a ficar envergonhadas. E enquanto eles desviam o olhar dizes com um grande sorriso na tua cara: sou artista e isso significa, sou um sonhador, sou um palhaço. É isso que alguns de vocês pensam. É uma boa desculpa para não prestar atenção às ideias que eu tenho. E então o que acontece é que, enquanto artista do caralho que sou, ponho ideias do caralho em projectos do caralho que outros irão mostrar no seu museu do caralho, na merda da sua Kunstalle, no seu espaço de exibição de sexo, e na sua nojenta galeria. Por isso sou um pensador e desenvolvo reflexões pelas quais nenhum de vocês se interessa. Então eu torno a minha reflexão interdisciplinar. Ligo as reflexões que faço. Tu dirias de forma diferente, eu sei. Tu dirias que eu não tenho um método. Dirias que misturo as coisas. Enquanto misturar é o meu método. Eu digo-te como deves construir uma máquina? Não! então não me digas como devo trabalhar como artista. Porque tu não tens um conselho para mim. Não me digas que devo publicar, que devo publicar mais, que eu devo publicar ali, ou publicar depois. Eu publico onde eu quero, quando eu quero e como eu quero. Não me digas que o significado só aparece no texto. Não me digas que sem um texto escrito no meu trabalho, ele não tem significado. As palavras não têm o monopólio do significado, percebes o que quero dizer? As imagens podem falar. Então eu dou-te imagens e tu dás-me a porra do doutoramento. Porque as minhas imagens criam hipóteses. As minhas imagens questionam. As minhas imagens escrevem história. As minhas imagens interpretam e reinterpretam a história. As minhas imagens defendem proposições. As minhas imagens refutam argumentos. As minhas imagens criticam falsos conceitos. As minhas imagens são comentários. As minhas imagens são estas. As minhas imagens dizem mais do que aquilo que as palavras conseguem dizer. E por isso, para aqueles que falam em imagens, eu digo: levantem-se, levantem-se contra a imagem do artista como um sonhador, levantem-se contra a imagem do artista como um palhaço. Levantem-se contra aquilo que algumas pessoas pensam. E façam com que elas prestem atenção às ideias que vocês têm. Mas continuem a desenvolver as vossas ideias à vossa maneira. Para lá da Academia.

27 de abril de 2010

Quarteto Fantástico Tecnologic

Quarteto Fantástico_Texto Super-Homem Kill Bill Vol. 2

Quarteto Fantástico

NUNO: O mundo está calmo, os pássaros chilreiam, os cães ladram, as vacas pastam, as pessoas vão trabalhar, as criancinhas vão para a escolinha //

JOANA: Vamos encontrar a Maddie?

TIAGO: O mar enrola na areia, as folhas caem, os gatos dormitam nos telhados, as pessoas vão às compras //

JOANA: Vamos encontrar a Maddie //

TIAGO: O sol brilha entre as nuvens, o vento sopra cada vez mais forte, o ar está pesado, uma nuvem adensa-se sobre a cidade, o ar está pesadíssimo, as pessoas param e juntam-se...

JOANA: Vamos acalmar as claques de futebol //

TIAGO: ... olham para o céu, assustam-se, algo vai acontecer (PAUSA) nada acontece (PAUSA)

NUNO: Dá-se uma explosão, uma explosão enorme, gigante, horrivel, dantesca. As pessoas gritam, correm em todas as direcções, escondem-se. Uma multidao junta-se e olha o céu. Um aviao despenha-se //

TIAGO: Vamos encontrar o Bin Laden //

JOANA: O mar engole a cidade. Os prédios caem. Ninguem faz nada //

NUNO: Vamos fazer qualquer coisa, já que o Super-Homem nada faz, o Homem-Aranha está a dar uma trancada à Mary Jane e o Batman //

TODOS: O Batman está a tentar descobrir um corpo para a arte portuguesa (PAUSA LONGA).

NUNO: Ouve-se o riso maléfico do Doctor Doom. Aparece o exercito. Ineficaz como sempre //

JOANA: Vamos ler a lista telefónica num minuto // (olha lista)

JOANA: Vamos montar 50 projectores em meio minuto // (olham projectores)

TIAGO: O Doutor Doom está a destruir todas escolas da cidade. Quarenta homens vestidos de verde, armados ate aos dentes, disparam ferneticamente contra o Doctor Doom // E falham //

NUNO: Vamos alterar este texto de olhos vendados e de mãos atadas //

JOANA: Vamos ao Haiti ajudar a encontrar os subterrados //

TIAGO: chegam ambulâncias, bombeiros, polícias, a televisão, a rádio. O caos reina, a chuva cai, a cidade mergulha na escuridão //

NUNO: Vamos deter o violador do elevador //

JOANA: Vamos //

TIAGO: Vamos salvar o carro que esta à beira do abismo com duas rodas no ar, as crianças que estao dentro do autocarro que está pendurado na ponte antes que uma gaivota lhe pouse em cima, a rapariga que está a cair do 10º andar, a terra, do meteoríto que vem em sua direcção a toda a velocidade, o planeta avatar.

NUNO: Vamos desactivar o dispositivo que se irá auto-destruir em

Schlingensief Kowalsky e a Musa Zarolha IV

Schlingensief Kowalsky e a Musa Zarolha III

Schlingensief Kowalsky e a Musa Zarolha II

Schlingensief Kowalsky e a Musa Zarolha

UNTITLED #1

(Ideia de uma performance que está a ser preparada no momento)

Ouvem-se as pancadas de Moliére (3 + 7 + 3) produzidas por uma picareta. Entra ESTUDANTE arrastando a picareta pelo chão. Faz “X” no chão com giz. Olha-o. Coloca-se no meio do “X”. Veste uma camisola e tem um gorro que impede que se veja a sua cara.

Música (Primal Scream). Enquanto se ouve o texto na música em inglês, ESTUDANTE diz o mesmo texto em português.

ESTUDANTE
Esta estação de rádio foi chamada Kowalski,
em homenagem ao último herói americano para quem
a velocidade significa liberdade de espírito.
A questão não é quando é que ele vai parar,
mas quem é que o vai parar...

Entra KOWALSKI, arrastando uma cadeira de automóvel. ESTUDANTE começa a construir uma parede.

KOWALSKI
Gutten Tagg! Ich bin Kowalski. (descreve as intenções que tem por estar "aqui" neste momento)

ESTUDANTE
Olha esta parede. O que é que achas disto? É arte? Não é arte?

KOWALSKI
Não estou muito interessado no teu trabalho. Quando sinto que as pessoas têm realmente energia para fazer... Eu realmente preciso de sentir a energia a emanar deles, então faremos coisas juntos. Vamos tomar um café, ver o trabalho deles, andar à porrada, chamar “coninhas” um ao outro e por aí fora. Então aí eu começo a envolver-me com eles. Mas se os estudantes quiserem trabalhar comigo, então têm de vir trabalhar comigo naquilo que eu estiver a fazer.

ESTUDANTE
Agora digo que não quero trabalhar contigo. Que quero ir para o meio da selva, sozinho, à procura da minha prória identidade artística...

KOWALSKY
Ok, vai lá pá selva pá (assim é que é, a pensar pela sua cabecinha é que um gajo lá chega) mas quero-te cá daqui a 6 semanas. Quero ver o que é que andaste lá a fazer. E telefona-me de vez em quando para saber que lá estás.

Vídeo Einsterzeunde Neubauten. ESTUDANTE na Selva .

ESTUDANTE
A natureza quando deu a uma árvore a forma de uma árvore também lhe poderia ter dado a forma de uma colina ou de um animal.
Viva a mentira como último reduto de liberdade.

Enquanto o estudante tem o discurso, Kowalski passa cartazes:
IS THIS ART?
IT´S ART NOW!
NOW IT´S ART!
NOW?
NOW!
IS IT?
IS THIS A...
“MILLION DOLLAR EXPRESSION?”

KOWALSKI
Tem a ver com carisma, com manifestos. Agora chegámos lá! Lê o manifesto. És por mim ou contra mim? Lê-o! Por mim ou contra mim? Um artista tem de lutar pelas suas ideias, tem de lutar por algo ou contra alguma coisa.

ESTUDANTE
(Senta-se na cadeira)
Mas qual é o teu interesse em ensinar? O que é isso para ti? É um alvo, um inimigo... Dizes que não gostas de estudantes porque pensam que estão no caminho para se tornarem em alguma coisa... Parece que há uma arrogância cínica em ti, naquilo que fazes conosco e dizes que somos mal-cheirosos mas... quando... quando é que este cheiro se vai embora? Quando?

KOWALSKI
É mais a atitude, stinky-boy.

ESTUDANTE
Mas como é que eu perco este cheiro?
(Continua com texto da letra primal scream do Vanishing Point)
E lá vai o Chalenger
perseguido pelos maus azuis azuis sobre rodas
Os viperinos carros de patrulha perseguem o nosso viajante solitário, o último herói americano, o centauro elétrico, o semi-deus, o super condutor do oeste dourado
Dois carros de porcos Nazis estão a aproximar-se
(O belo condutor solitário!)
A massa policial está a aproximar-se, a aproximar-se, cada vez mais perto do nosso herói espiritual e do seu veículo espiritual
Eles estão prestes a atacar, eles vão apanhá-lo, esmagá-lo, vão violar o último belo e livre espírito deste planeta.

KOWALSKI
(Começa a tocar “The Crisis” de Ennio Morricone).

(Entramos então na zona de ir chegando ao fim da entrevista de forma fragmentada e com falhas de tempo, numa confusão evidente entre o que se está a passar, se será teatro ou não e, se possível, confundir o real e o ficcional.
Percorremos os momentos da morte do pai, a aprendizagem de que nada se consegue controlar na arte, o telefonema da mãe, até ao fim da entrevista)
Saímos. Música termina.

O Talento Empresta, O Génio Rouba

Lady Gaga:
"O facto de esta imagem estar editada no meio de outras imagens aleatórias torna válido o seu uso?"

Manel:
"A beleza da Arte é que sempre foi uma comunidade onde ideias com uma semana podem ser misturadas com outras de há mil anos atrás".



Lady Gaga:
"Estou a testemunhar história. Quase me mijei nas calças..."

Manel:
"Os conceitos não são sagrados. Os covers e makeovers são o pão nosso de cada dia e sempre foram!"

João:
“o talento empresta, o génio rouba? aparentemente, sim!"
Did you say,
I've got a lot to learn.
Well don't think,
I'm trying not to learn.
Since this is the perfect spot to learn.
Teach me tonight.
Starting with,
the abc of it.
Right down to,
the xyz of it.
Help me solve the mystery of it.
Teach me tonight.
The sky's a blackboard,
high above you.
If a shooting star goes by.
I'll use that star.
To write I love you, a thousand times across the sky.

One thing isn't very clear,
my love.
Should the teacher stand so near, my love.
Graduation's almost here,
my love.
Teach me tonight.

I'll use that star.
To write I love you,
a thousand times across the sky.

One thing isn't very clear,
my love.
Should the teacher stand so near,
my love.
Graduation's almost here,
my love.
So would you,
teach me tonight.
I've lost all fear,
my love.

Teach me tonight.


Lady Gaga:
"Deslumbrante e descartável...!"

João:
“Escolhe roubar apenas coisas que falem directamente à tua alma. Se fizeres isso, serás autêntico"

Nuno:
Just when I thought I finally learned my lesson well,
There was more to this than meets the eye.
And for all the things you taught me, only time will tell,
If I'll be able to survive. Oh yeah.

Teacher, teacher, can you teach me?
Can you tell me all I need to know?
Teacher, teacher, can you reach me?
Or will I fall when you let me go? Oh no.
Am I ready for the real world, will I pass the test?
You know it's a jungle out there.
Ain't nothin' gonna stop me, I won't be second best,
But the joke's on those who believe the system's fair, oh yeah.

Teacher, teacher, can you teach me?
Can you tell me if I'm right or wrong?
Teacher, teacher, can you reach me?
I wanna know what's goin' on, Oh yeah.

So the years go on and on, but nothing's lost or won.
And what you learned is soon forgotten.
They take the best years of your life,
Try to tell you wrong from right,
But you walk away with nothing. Oh Oh.

Teacher, teacher, can you teach me?
Can you tell me all I need to know?
Teacher, teacher, can you reach me?
Or will I fall when you let me go?

Teacher, teacher, can you teach me?
Can you tell me if I'm right or wrong?
Teacher, teacher, can you reach me?
I wanna know what's goin' on, Oh

Teacher, teacher, can you teach me?
Teacher, teacher, can you reach me?
Teacher, teacher, can you teach me?
Teacher, teacher, Ooh yeah.


Lady Gaga:
"só posso ler isto como um piscar de olho tipo: *fodam-se todos, não vou revelar todas as imagens, adivinhem vocês*.
É auto-paródico? é meta-viral??

Nuno:
"pensam que o público em geral não aceita quase tudo cegamente?

“vocês são tão ingénuos! secalhar também deviam insultar o james joyce por plagiar o Homero!”

“A apropriação não requer um público educado ou informado para resultar!"

"A apropriação, quando feita competente e respeitosamente, pode ser absolutamente brilhante e pode mesmo superar aquilo que se está a roubar ou a pedir emprestado."

Excertos de A Portrait Of The Artist As A Researcher de Dieter Lesage

Voz Gravada:



 Voz ao vivo:
“So I am a thinker. I develop reflections none of you really cares about. I take intellectual risks. I speculate about artistic problems, I critically kick ass. I’m a transcender. I cannot put all my research efforts into one kind of artistic problems. So I interdisciplinarize my reflection. I link the reflections I make. You would say it differently. I know. You say I don’t have a method. You say I mix things up. While mixing is my method. Do I tell you how to construct a machine? No. So don’t tell me how to work as an artist. Coz’ you don’t have a clue. Don’t you tell me that I should publish, that I should publish more, that I should publish there, or publish then. I publish where I want, when I want and how I want. Don’t tell me that meaning only appears in text. Don’t tell me that without a written text on my work, my work doesn’t have any meaning. Words don’t have the monopoly of meaning, you know what I’m saying?” 

Voz Gravada:




Michael Craig Martin Meets Chris Crocker

22 de abril de 2010

2Pac - Changes/Barrack Obama - Yes We Can

Happy New Year!!


Podiamos dizer que está aqui o chamado quarteto fantástico, mas não era original, pois o quarteto fantástico ja apareceu numa outra missão  =) Que Talentooooooo!!

Começar de novo, começar todos os dias, começar uma e outra vez, recomeçar, desfazer, fazer, criar, pensar, ser, criticar, dizer não, começar de novo, ouvir, respirar fundo, lutar, sobreviver, dizer sim, dizer talvez, conseguir dizer "isto não faz sentido nenhum", perceber, escutar, começar de novo, recomeçar, ficar acordado, ficar atento, ficar nervoso, perceber, projectar, sentir, ajudar, falar, começar, recomeçar, começar do fim, parar no meio, querer, ganhar, começar de novo duas vezes, perder, olhar mais alto, ser mais livre, querer. Saber dizer "eu não quero ir por este caminho, eu quero ser diferente, quero ser fiel a mim próprio", começar três vezes, começar trintas vezes... MUDAR! PROVOCAR MUDANÇAS! Recomeçar...

Há imagens fantásticas, não há?

16 de abril de 2010

Inspirações

Luzes, tapeçarias de sentidos e sinopses se cruzam num ponto de fuga, do qual são regurgitadas sequências de caminhos e realidades prematuras. Enquanto o “self” desconhece o seu nexo um turbilhão de caminhos paralelos e abstractos são-nos revelados destinos apenas na medida da retina. O sonho persegue-a: o que define o artista: a utilidade ou o sonho? Imediatamente tecem-se pré-conceitos, clichés estácticos no tempo e essencialmente um sentimento de medo que envolve o criador num casulo em que a sociedade rapidamente o coloca quando simplesmente não sabe o que há-de fazer com o mesmo, e exige.
Exige que consigamos estabelecer um monólogo entre dois mundos tão distintos como o matrix do que se por aqui; na imensa “yellow brick road” criativa que temos que percorrer acrescenta-se a multiplicação de identidades assumidas pelo artista que sendo aproveitado como um feto incompleto por parte da sociedade quanto à sua função no mundo, se dissipa no caminho a seguir no nevoeiro dos dias. Surgem várias identidades e com as mesmas vários caminhos a percorrer: desde o artista em si, passando pelo indivíduo assertivo de
negócio prometido num aperto de mão a uma espécie de freak, um palhaço de circo, as arestas que definem o indivíduo vão sendo decompostas até ao limite das suas capacidade e com elas esbatendo-se a essência de si mesmo.
Com o indefinido o inconsistente, com o incosistente o processo de dilúvio existente do artista que na sensibilidade de quem filtra o universo com os sentidos e facilmente se perde num “pathos” de ansiedade e loucura de corresponder ao que lhe é pedido de ser tão real e politicamente correcto como as convenções exigem.
Na medida da incompreensão de organismos vivos de saber e criatividade que são os artistas haverá sempre quem insista que se tem que fazer sempre “algo mais” para além de ser o maior e mais completo investigador do magma do ser humano.
Para a realidade quadrada que empurra o criador para um abismo patológico, ao lhe atribuir nenhum papel na sociedade ou atribuir-lhe todos os possíveis menos o que lhe é naturalmente destinado, a negação é fácil. Se der em louco, dirão que era mais um incompreendido que gritava coisas incompreensíveis para ouvidos normais. Para quem estiver atento saberá que o artista grita contra todo complexo quadrado em que fomos subtilmente encaixados.
Se ouvirem com atenção não ouvirão absolutamente nada; não conseguirão decompor o significado de nenhuma imagem; não cantarão uma única nota de música. Quem o ouvir, sentirá apenas luz, cuja linguagem e claridade só é passivel de ser traduzida através da arte, e a mesma descodificada pelo ser mais esquizofrénico do mundo - o artista.












Quatro espaços, quatro hipóteses!







A partir dos textos de Dieter Lesage:

A Portrait of the Artist as a Worker e Dieter Lesage - A Portrait of the Artist as a Researcher.

15 de abril de 2010

este é que é o vídeo

You're So Vain - Music by Carly Simon and Lyrics by Dieter Lesage

Para quem não conseguiu ouvir (i.e. o planeta Terra menos o Pedro Barreiro), aqui fica... para cantar ao som de "You're So Vain" de Carly Simon:

You make t-shirts with your name,
You have people wearing those t-shirts,
You make them swear to wear those t-shirts when they go to parties where you are not.
You are very profound but you have a vulgar side too.
You develop reflections nobody really cares about.
You're shouting, you're getting loud, you're much too loud man.

YOU'RE SO VAIN, YOU PROBABLY THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
YOU'RE SO VAIN, I BET YOU THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
DON'T YOU? DON'T YOU?

You are everywhere, you make people wonder where you are.
You say you suffer from a gentle schizophrenia, you are multiple personalities.

YOU'RE SO VAIN, YOU PROBABLY THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
YOU'RE SO VAIN, I BET YOU THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
DON'T YOU? DON'T YOU?

(INSTRUMENTAL)

YOU'RE SO VAIN, YOU PROBABLY THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
YOU'RE SO VAIN, I BET YOU THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
DON'T YOU? DON'T YOU?

You are nowhere, you make people wonder where you might be.
You present yourself as someone else, you pretend you are for real.

YOU'RE SO VAIN, YOU PROBABLY THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
YOU'RE SO VAIN, I BET YOU THINK THIS SONG IS ABOUT YOU
DON'T YOU? DON'T YOU?

Just kidding.