28 de abril de 2010
Beyond the Academy
You’re an artist and that means it would be nice to get some understanding for the specific kind of research you’re involved in. You write for subsidies, you apply for research grants, and in every commission over and over again there are these academics who don’t understand a thing about artistic research.
So you become academic and you have all that persons that you called “your peers” who are totally objective and who can determine if your artwork and your artistic research meet all the scientific standards and all. And so you’d better thank God for peers who are objective and scientific and neutral and anonymous. Coz’ the University academizes you, with the help of God Almighty. The University academizes you and your Academy is being academized. So you’d better praise the Lord for all the good people at Research & Development. So thank you God for the R&D parties to which you are invited now, and who redeem you for all the years that you’ve been listening too much to sinful R&B.
Now you go to parties with objective music, neutral drinks, and scientific conversations, in order to meet anonymous people. Now you’re part of this little think tank, this artistic platform, this network, this research group, so you walk around at the parties of R&D, and offer validated cocktails to the members of your peer group.
But the party is just so fucking boring that you’re getting drunk. You’re getting provocative, you’re using unacademic language. You’re pointing at the president of the research commission. You’re shouting, you’re getting loud. You’re much too loud man. People are getting embarrassed. And while they’re looking away, you tell them with a grim smile on your face: I’m an artist and that means: I’m a dreamer, I’m a clown. That is what some of you guys think. It’s a great excuse for not paying any shitty attention to all the thoughts I have.
So what happens is that I, as a fucking artist, put fucking ideas into fucking projects that others will show in their fucking museum, in their shitty Kunsthalle, in their gutter gallery. So I am a thinker. I develop reflections none of you really cares about. So I interdisciplinarize my reflection. I link the reflections I make. You would say it differently. I know. You say I don’t have a method. You say I mix things up. While mixing is my method.
Do I tell you how to construct a machine? No. So don’t tell me how to work as an artist. Coz’ you don’t have a clue. Don’t you tell me that I should publish, that I should publish more, that I should publish there, or publish then. I publish where I want, when I want and how I want. Don’t tell me that meaning only appears in text. Words don’t have the monopoly of meaning, you know what I’m saying? Images can speak. So I give you images, and you give me that fucking doctorate. Coz’ my images develop hypotheses. My images ask questions. My images write history. My images interpret and reinterpret history. My images defend propositions. My images are comments. My images speak as much as words can speak. And therefore to all those who speak in images, I say: rize! Rize against the image of the artist as a dreamer. Rize against the image of the artist as a clown. Rize against what some people think. And make them pay attention to all the thoughts you have. But continue to develop your thoughts your way. Beyond the Academy.
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Tu és um artista e isso significa que era bom teres algum conhecimento para o tipo de pesquisa em que estás envolvido. Escreves projectos para subsídios, procuras bolsas, e em cada júri existem sempre aqueles académicos que não compreendem nada sobre a tua pesquisa artística. Então tornas-te num académico e tens todas essas pessoas a quem chamas “os teus pares”, que são completamente objectivos, que conhecem as merdas e que podem decidir se a tua pesquisa artística está de acordo com os parâmetros científicos e tal. Por isso é melhor agradeceres a Deus pelos teus pares que são objectivos, científicos, neutros e anónimos. Porque a Universidade academiza-te, com a ajuda de Deus Todo-Poderoso. Então, lentamente, começas a tornar-te academizado. A Universidade academiza-te e a tua Academia está a ser academizada. Portanto é mehor pedir a Deus por todas as pessoas do departamento de Pesquisa & Desenvolvimento. Agradece ao Senhor por todas as festas de P&D para as quais és convidado agora e que te redimem por todos os anos que estiveste a ouvir o demasiado pecaminoso R&B. Agora vais a festas com música objectiva, bebidas neutras e conversas científicas, com o objectivo de conheceres pessoas anónimas. Agora fazes parte do mesmo movimento de pensamento, desta plataforma artística, desta rede de trabalho, deste grupo de pesquisa, portanto tu circulas por estas festas de P&D e ofereces cocktails autênticos aos membros do teu grupo de pares. Mas a festa está ser chata pa caralho e tu começas a ficar bêbado. Começas a ficar agitado, a usar linguagem não-académica. Apontas para o presidente da comissão de pesquisa e começas a gritar. Estás a tornar-te barulhento. As pessoas estão a ficar envergonhadas. E enquanto eles desviam o olhar dizes com um grande sorriso na tua cara: sou artista e isso significa, sou um sonhador, sou um palhaço. É isso que alguns de vocês pensam. É uma boa desculpa para não prestar atenção às ideias que eu tenho. E então o que acontece é que, enquanto artista do caralho que sou, ponho ideias do caralho em projectos do caralho que outros irão mostrar no seu museu do caralho, na merda da sua Kunstalle, no seu espaço de exibição de sexo, e na sua nojenta galeria. Por isso sou um pensador e desenvolvo reflexões pelas quais nenhum de vocês se interessa. Então eu torno a minha reflexão interdisciplinar. Ligo as reflexões que faço. Tu dirias de forma diferente, eu sei. Tu dirias que eu não tenho um método. Dirias que misturo as coisas. Enquanto misturar é o meu método. Eu digo-te como deves construir uma máquina? Não! então não me digas como devo trabalhar como artista. Porque tu não tens um conselho para mim. Não me digas que devo publicar, que devo publicar mais, que eu devo publicar ali, ou publicar depois. Eu publico onde eu quero, quando eu quero e como eu quero. Não me digas que o significado só aparece no texto. Não me digas que sem um texto escrito no meu trabalho, ele não tem significado. As palavras não têm o monopólio do significado, percebes o que quero dizer? As imagens podem falar. Então eu dou-te imagens e tu dás-me a porra do doutoramento. Porque as minhas imagens criam hipóteses. As minhas imagens questionam. As minhas imagens escrevem história. As minhas imagens interpretam e reinterpretam a história. As minhas imagens defendem proposições. As minhas imagens refutam argumentos. As minhas imagens criticam falsos conceitos. As minhas imagens são comentários. As minhas imagens são estas. As minhas imagens dizem mais do que aquilo que as palavras conseguem dizer. E por isso, para aqueles que falam em imagens, eu digo: levantem-se, levantem-se contra a imagem do artista como um sonhador, levantem-se contra a imagem do artista como um palhaço. Levantem-se contra aquilo que algumas pessoas pensam. E façam com que elas prestem atenção às ideias que vocês têm. Mas continuem a desenvolver as vossas ideias à vossa maneira. Para lá da Academia.
So you become academic and you have all that persons that you called “your peers” who are totally objective and who can determine if your artwork and your artistic research meet all the scientific standards and all. And so you’d better thank God for peers who are objective and scientific and neutral and anonymous. Coz’ the University academizes you, with the help of God Almighty. The University academizes you and your Academy is being academized. So you’d better praise the Lord for all the good people at Research & Development. So thank you God for the R&D parties to which you are invited now, and who redeem you for all the years that you’ve been listening too much to sinful R&B.
Now you go to parties with objective music, neutral drinks, and scientific conversations, in order to meet anonymous people. Now you’re part of this little think tank, this artistic platform, this network, this research group, so you walk around at the parties of R&D, and offer validated cocktails to the members of your peer group.
But the party is just so fucking boring that you’re getting drunk. You’re getting provocative, you’re using unacademic language. You’re pointing at the president of the research commission. You’re shouting, you’re getting loud. You’re much too loud man. People are getting embarrassed. And while they’re looking away, you tell them with a grim smile on your face: I’m an artist and that means: I’m a dreamer, I’m a clown. That is what some of you guys think. It’s a great excuse for not paying any shitty attention to all the thoughts I have.
So what happens is that I, as a fucking artist, put fucking ideas into fucking projects that others will show in their fucking museum, in their shitty Kunsthalle, in their gutter gallery. So I am a thinker. I develop reflections none of you really cares about. So I interdisciplinarize my reflection. I link the reflections I make. You would say it differently. I know. You say I don’t have a method. You say I mix things up. While mixing is my method.
Do I tell you how to construct a machine? No. So don’t tell me how to work as an artist. Coz’ you don’t have a clue. Don’t you tell me that I should publish, that I should publish more, that I should publish there, or publish then. I publish where I want, when I want and how I want. Don’t tell me that meaning only appears in text. Words don’t have the monopoly of meaning, you know what I’m saying? Images can speak. So I give you images, and you give me that fucking doctorate. Coz’ my images develop hypotheses. My images ask questions. My images write history. My images interpret and reinterpret history. My images defend propositions. My images are comments. My images speak as much as words can speak. And therefore to all those who speak in images, I say: rize! Rize against the image of the artist as a dreamer. Rize against the image of the artist as a clown. Rize against what some people think. And make them pay attention to all the thoughts you have. But continue to develop your thoughts your way. Beyond the Academy.
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Tu és um artista e isso significa que era bom teres algum conhecimento para o tipo de pesquisa em que estás envolvido. Escreves projectos para subsídios, procuras bolsas, e em cada júri existem sempre aqueles académicos que não compreendem nada sobre a tua pesquisa artística. Então tornas-te num académico e tens todas essas pessoas a quem chamas “os teus pares”, que são completamente objectivos, que conhecem as merdas e que podem decidir se a tua pesquisa artística está de acordo com os parâmetros científicos e tal. Por isso é melhor agradeceres a Deus pelos teus pares que são objectivos, científicos, neutros e anónimos. Porque a Universidade academiza-te, com a ajuda de Deus Todo-Poderoso. Então, lentamente, começas a tornar-te academizado. A Universidade academiza-te e a tua Academia está a ser academizada. Portanto é mehor pedir a Deus por todas as pessoas do departamento de Pesquisa & Desenvolvimento. Agradece ao Senhor por todas as festas de P&D para as quais és convidado agora e que te redimem por todos os anos que estiveste a ouvir o demasiado pecaminoso R&B. Agora vais a festas com música objectiva, bebidas neutras e conversas científicas, com o objectivo de conheceres pessoas anónimas. Agora fazes parte do mesmo movimento de pensamento, desta plataforma artística, desta rede de trabalho, deste grupo de pesquisa, portanto tu circulas por estas festas de P&D e ofereces cocktails autênticos aos membros do teu grupo de pares. Mas a festa está ser chata pa caralho e tu começas a ficar bêbado. Começas a ficar agitado, a usar linguagem não-académica. Apontas para o presidente da comissão de pesquisa e começas a gritar. Estás a tornar-te barulhento. As pessoas estão a ficar envergonhadas. E enquanto eles desviam o olhar dizes com um grande sorriso na tua cara: sou artista e isso significa, sou um sonhador, sou um palhaço. É isso que alguns de vocês pensam. É uma boa desculpa para não prestar atenção às ideias que eu tenho. E então o que acontece é que, enquanto artista do caralho que sou, ponho ideias do caralho em projectos do caralho que outros irão mostrar no seu museu do caralho, na merda da sua Kunstalle, no seu espaço de exibição de sexo, e na sua nojenta galeria. Por isso sou um pensador e desenvolvo reflexões pelas quais nenhum de vocês se interessa. Então eu torno a minha reflexão interdisciplinar. Ligo as reflexões que faço. Tu dirias de forma diferente, eu sei. Tu dirias que eu não tenho um método. Dirias que misturo as coisas. Enquanto misturar é o meu método. Eu digo-te como deves construir uma máquina? Não! então não me digas como devo trabalhar como artista. Porque tu não tens um conselho para mim. Não me digas que devo publicar, que devo publicar mais, que eu devo publicar ali, ou publicar depois. Eu publico onde eu quero, quando eu quero e como eu quero. Não me digas que o significado só aparece no texto. Não me digas que sem um texto escrito no meu trabalho, ele não tem significado. As palavras não têm o monopólio do significado, percebes o que quero dizer? As imagens podem falar. Então eu dou-te imagens e tu dás-me a porra do doutoramento. Porque as minhas imagens criam hipóteses. As minhas imagens questionam. As minhas imagens escrevem história. As minhas imagens interpretam e reinterpretam a história. As minhas imagens defendem proposições. As minhas imagens refutam argumentos. As minhas imagens criticam falsos conceitos. As minhas imagens são comentários. As minhas imagens são estas. As minhas imagens dizem mais do que aquilo que as palavras conseguem dizer. E por isso, para aqueles que falam em imagens, eu digo: levantem-se, levantem-se contra a imagem do artista como um sonhador, levantem-se contra a imagem do artista como um palhaço. Levantem-se contra aquilo que algumas pessoas pensam. E façam com que elas prestem atenção às ideias que vocês têm. Mas continuem a desenvolver as vossas ideias à vossa maneira. Para lá da Academia.
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